domingo, 16 de dezembro de 2007

a flor


"Jamais alguma doutrina foi alguma vez ensinada a alguém pelo Buda" - Nagarjuna, Mulamadhyamakakarika, XXV, 24.

O Buddha estava perto de um lago no Monte Grdhakuta e tinha se preparado para dar um sermão aos seus discípulos que estavam se juntando alí para ouví-lo falar.

Enquanto o Santo Senhor esperava seus estudantes se acomodarem, notou um lótus dourado florescendo na água lamaçenta ali perto. Ele puxou a planta da água - flor, longo caule e raiz. Então a segurou bem alto para que todos os estudantes a vissem. Por um longo tempo ele ficou lá, sem dizer nada, apenas segurando o lótus e olhando nas faces perplexas da sua audiência.

De repende seu discípulo, Mahakashyapa, sorriu. Ele entendeu!

O que Mahakashyapa entendeu? Todos querem saber. Por séculos todos têem perguntado, "Qual é a mensagem que o Buddha passou para Mahakashyapa?"


O Sermão da Flor dado pelo Buddha

sábado, 17 de novembro de 2007

De volta a casa


Onde é a minha casa? É um bom princípio para qualquer um de nós. Na realidade, é o princípio, quando nos damos conta que falta alguma coisa. Não sabemos o quê. É um mistério. Contudo temos esta sensação, há uma espécie de acordar para o que poderíamos chamar espiritualidade, ou apenas consciencialização, e começamos à procura do que falta, sem mesmo saber o que é.

A mente desperta está sempre a enviar-nos uma espécie de sinal. A mente desperta, ou o que quer que lhe queiramos chamar, está sempre a tentar emergir, a chamar-nos de volta a casa.

De Big Mind Big Heart, que narra a primeira experiência de despertar de Genpo Roshi.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Resistir é difícil. Mudar é fácil

Resistance is difficult, not change. Change is the essential nature of all things. How to proceed? Say yes to what arises, say yes to what falls away.

Amy Hollowell



Resistir é difícil, não o mudar. A mudança é a natureza essencial de todas as coisas.

Como proceder? Diga sim ao que surge, diga sim ao que desaparece.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Um voto

"I'd be embarassed to tell anyone, it sounds so wishy-washy, but I want to live my life for other people. What else is there to do with it? Not that I expect to change the world or even a blade of grass but it's as if to give myself is all I can do, as the flowers have no choice but to blossom." Maura O'Halloran

Mente de Principiante


Círculo Mente de Principiante - a partir de 30 de Outubro, a sessão de meditação das terças-feiras (às 20h) na UBP Porto inclui um período de reflexão e diálogo sobre o livro de culto do Zen, Mente Zen, Mente de Principiante de Shunryu Suzuki (e não, a Asa não nos paga para fazermos isto :)

Nas nossas escrituras (Samyuktagama sutra, vol. 33)diz-se que há quatro tipos de cavalos: os excelentes, os bons, os fracos e os maus. O melhor cavalo irá correr devagar e depressa, para a direita e para a esquerda, consoante a vontade do cavaleiro, antes de ver a sombra da chibata; o segundo melhor irá correr tão bem como o primeiro, antes da chibata tocar a pele; o terceiro irá correr quando sentir a dor no corpo; o quarto irá correr depois de a dor penetrar o âmago dos seus ossos. Podes imaginar como é difícil para o quarto aprender a correr!

Quando ouvimos esta história, quase todos nós queremos ser o melhor cavalo. Se nos for impossível sermos o melhor, queremos ser o segundo melhor. É esta, julgo eu, a compreensão habitual desta história e do Zen. Poderás pensar que quando te sentas a praticar zazen irás descobrir se és um dos melhores cavalos ou um dos piores. Contudo, isso é compreender mal o Zen. Se pensares que o objectivo da prática do Ze é treinar-te para seres um dos melhores cavalos, tens um grande problema. Não é esta a compreensão correcta. Se praticares o Zen da maneira correcta, tanto faz seres o melhor cavalo como o pior.


Shunryu Suzuki, Mente Zen, Mente de Principiante, Lua de Papel

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A linhagem - a transmissão do Dharma



Uma parte central de toda a tradição Zen é a noção de transmissão do Dharma, a ideia de uma linhagem ininterrupta de mestres que, a partir de Buda, transmitiram e receberam os ensinamentos e atingiram algum grau de realização.

Quando um professor é reconhecido oficialmente como tendo atingido um certo grau de realização e é admitido numa linhagem de mestres, diz-se que ele recebeu "a transmissão do Dharma". Essa transmissão, "de mente a mente" e "de mestre a discípulo", tem tido um papel fundamental em todas as escolas de Zen e remete para a própria essência do Zen, que foi definido (se é que pode ser definido) como
uma transmissão especial de mente a mente ou de coração a coração (os japoneses dizem ishin-denshin), como não-dependente de escrituras sagradas, apontando directamente ao coração-mente humano na contemplação da própria natureza, visando atingir o estado de Buda.

Durante a cerimónia de transmissão, ao novo professor é oferecida uma carta genealógica que representa toda a linhagem, de Buda até ele próprio. Sensei Amy Hollowell é a 84.ª professora da sua linhagem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Kannon



"- Pensas demasiado." E depois, mostrou a flor de lótus que tinha colhido de madrugada para as suas devoções, e exclamou: "Kuan Yin (Kanzeon) está aqui em frente do teu nariz. Cheira!"

Uma imagem de Kannon (Avalokitesvara) encontrada no David's blog . A arte do David também vale a pena a visita :)

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A professora


Sensei Amy Hollowell é a primeira sucessora de Roshi Catherine Genno Pagès, responsável pelo centro Dana, em Paris. Amy Hollowell nasceu em Minneapolis, nos Estados Unidos, em 1958. Emigrou para França em 1981 no final dos seus estudos universitários. Actualmente é jornalista num quotidiano internacional com sede em Paris. É também poeta - os seus poemas foram publicados nos Estados Unidos e na Europa. Começou a estudar o Zen com Catherine Pagès em 1993 e ensina sob a sua direcção desde o ano 2000. Recebeu a transmissão do Dharma em 2004. Ensina a prática da meditação silenciosa (shikantaza) e a prática dos Koans.


Tem vindo a Portugal regularmente desde 2004, para participar em palestras e orientar sessões de meditação e retiros.


É responsável pelo grupo Wild Flower Zen Sangha, com sede em Paris.