
Amy Hollowell
Resistir é difícil, não o mudar. A mudança é a natureza essencial de todas as coisas.
Como proceder? Diga sim ao que surge, diga sim ao que desaparece.
Nas nossas escrituras (Samyuktagama sutra, vol. 33)diz-se que há quatro tipos de cavalos: os excelentes, os bons, os fracos e os maus. O melhor cavalo irá correr devagar e depressa, para a direita e para a esquerda, consoante a vontade do cavaleiro, antes de ver a sombra da chibata; o segundo melhor irá correr tão bem como o primeiro, antes da chibata tocar a pele; o terceiro irá correr quando sentir a dor no corpo; o quarto irá correr depois de a dor penetrar o âmago dos seus ossos. Podes imaginar como é difícil para o quarto aprender a correr!
Quando ouvimos esta história, quase todos nós queremos ser o melhor cavalo. Se nos for impossível sermos o melhor, queremos ser o segundo melhor. É esta, julgo eu, a compreensão habitual desta história e do Zen. Poderás pensar que quando te sentas a praticar zazen irás descobrir se és um dos melhores cavalos ou um dos piores. Contudo, isso é compreender mal o Zen. Se pensares que o objectivo da prática do Ze é treinar-te para seres um dos melhores cavalos, tens um grande problema. Não é esta a compreensão correcta. Se praticares o Zen da maneira correcta, tanto faz seres o melhor cavalo como o pior.